02/01/2012

A PARTICIPAÇÃO QUE EDUCA

A PARTICIPAÇÃO  QUE EDUCA

A importância de fazer parte dos movimentos populares enquanto sujeito que ao educar é educado e ao participar aprende fazendo com o outro, só é percebível por meio da prática.

A AEPPA como muitas outras associações de cunho popular, tem lutado pela garantia dos direitos básicos, que dentre eles está o acesso a educação, pública, de qualidade e popular.
A luta da AEPPA é pela educação pública e não pela privatização da educação, pois não a entendemos como uma mercadoria. Para nós, a educação que busca a transformação social não pode ser vendida, ela tem de ser construída com o povo, possuir uma formação consistente, e mantida por quem de fato é de dever ( estado).

Para tanto, lutamos por educação pública e de qualidade. E, uma das bandeiras de luta  que há muito tempo carregamos é a retomada, por exemplo, do curso de Pedagogia na UERGS.
Quando a AEPPA luta por formação, ela não luta pela formação individual de cada educador, mas luta pelo direito a educação dos educadores (coletivo), em que o resultado desse processo de formação deverá ser visto concretamente nas comunidades e no reconhecimento do educador como profissional comprometido socialmente com um projeto de educação atrelado a inclusão social.

O trabalho do educador, nesse sentido, faz parte da formação. E, isto não pode estar separado do projeto de sociedade pelo qual lutamos, pois a educação, que já dizia Freire não é neutra, logo atuamos a favor de algumas coisas e contra outras. Esta opção faz parte e aparece no nosso fazer político-pedagógico.

Portanto, estar na AEPPA é uma opção, é estar a favor da educação popular, trabalhar por ela e atuar dentro dos princípios da educação dialética, onde ser um educador, é ter compromisso consigo, com a comunidade, com os colegas, com as pessoas, com os movimentos que participa, etc.

Ser um/a  trabalhador/a social além de lutar pela formação ao lado da educação popular, é também  lutar pelo trabalho como lugar de aprender, de participar, de amar, respeitar e lutar.É, compreender como a sociedade se organiza, criticá-la e escolher como lutar por um outro tipo de sociedade. Tudo isto, faz parte de ser um educador/a popular que é comprometido.

No entanto, convidamos os  educadores que fazem parte da AEPPA a participarem das reuniões e assembléias da AEPPA em 2012, sendo que a primeira já acontecerá esse mês.
Estaremos discutindo algumas pautas deliberada em reunião, com o GT que foi coordenado por Maria Edi, e também organizando temas de formação para trabalharmos neste ano.  A formação com temáticas escolhidas pelos sócios foi uma demanda em uma assembléia. Portanto, estaremos elencando os temas para discutirmos e estudarmos coletivamente, tendo em vista, que  na AEPPA todos são educadores, logo não estaremos palestrando, e sim, realizando rodas de conversas sobre temáticas ou questões problematizadoras.
Nessa oportunidade, também convidamos aos outros tantos educadores populares de Porto Alegre que por ventura, não nos conhece ainda, a  nos visitarem . Embora a AEPPA,ainda não tenha a sua casa própria, temos encontros mensais, onde postamos  o local neste blog. Aliás, a SEDE da AEPPA é uma outra luta, pois para que possamos desenvolver outras atividades precisamos muito de um espaço, preferencialmente central.

Contudo, nos espaços que temos, buscamos  realizar  práticas participativas de pensar e repensar o nosso fazer social, que é o nosso trabalho como educador.

Para tanto, buscamos um diálogo com Paulo Freire que ajuda a compreender o poder que tem um grupo quando  pensa a sua prática no coletivo ,que diz “pensar a prática de hoje não é apenas um caminho eficiente para melhorar a prática de amanhã, mas também a forma eficaz de aprender a pensar certo” .

Fazer isto significa apreender no grupo e pelo grupo como construtor uma educação que não seja excludente e que , de fato, inclua as pessoas respeitando os seus saberes construídos socialmente, pois,

" há uma sabedoria popular, um saber popular que se gera na prática social de que o povo participa, mas, às vezes, o que está faltando é uma compreensão mais solidária dos temas que compõem o conjunto desse saber". (Freire,).

Portanto, convidamos, você, educador (a) popular a conhecer nosso espaço e para que juntos possamos construir uma educação humanizadora visando a construção de um outro mundo, mais humano, justo e solidário.


Texto: Autoria coletiva do GT de Formação janeiro 2011.
Fernanda PAULO, Elvira SWAROWSKI, Josina MARCOLINO, Adriana GALVANI e Regis ROSA.

Citações retiradas do:

FREIRE E BETTO, Depoimentos ao repórter Ricardo Kotscho: ESSA ESCOLA CHAMADA VIDA.




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