04/07/2007

NÃO É FAVOR, É DIREITO!!!



"Devemos Lutar pela igualdade sempre que a diferença nos inferioriza, mas devemos lutar pela diferença sempre que a igualdade nos descaracteriza".
Boaventura de Sousa Santos

A Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Sul (UFRGS) é um espaço público e a sociedade civil se fez presente se manifestando e mostrando que estar naquele lugar na busca da democratização do saber através da inclusão de todos os homens e mulheres, sejam pessoas negras, pobres, indígenas, homossexuais, idosas, deficientes, todas têm direito ao acesso à Universidade Pública.

Os grupos sociais que estiveram presentes na mobilização no prédio da reitoria da UFRGS expressaram a sua indignação a este País da diversidade, que está tão distante do processo de humanização, pelas diferentes violações de direitos desta camada da sociedade historicamente excluída.

Assim, as cotas não são só necessárias, são também urgentes, porque é DIREITO!!!!
Para reescrever a história estamos todos (as) caminhando conjuntamente umas pessoas, porque segundo o educador Paulo Freire, que pregava a importância da Educação Popular: "O ser humano é, naturalmente, um ser da intervenção no mundo à razão de que faz a história. Nela, por isso mesma, deve deixar suas marcas de sujeito e não pegadas de objeto".

Aos vinte e nove dias do mês de junho do ano de dois mil e sete escrevemos mais uma página da história do povo brasileiro, não um povo qualquer, mas o povo que sofreu e continua sofrendo pela discriminação e exclusão social.

Assim, o ato de mobilização participativa mostrou que todos(as) juntos(as) somos mais e que "Ninguém democratiza a escola sozinho, a partir do gabinete do secretário".

A cidade de Porto Alegre foi convidada a se somar para que juntos(as) garantíssemos a pluralidade de idéias e a aprovação das cotas, pois como nos ensinou o pensador Paulo Freire: "A partir das relações do homem com a realidade, resultantes de estar com ela e de estar nela, pelos atos de criação, recriação e decisão, vai ele dinamizando o seu mundo. Vai dominando a realidade. Vai humanizando-a. Vai acrescentando a ela algo de que ele mesmo é o fazedor".

Em suma, o que queremos é uma Universidade Pública Popular, que ofereça um espaço de mudança possível, de debates e de democratização de acesso, que é mais do que urgente no século XXI: É DIREITO!



Fernanda dos Santos Paulo - Educadora Popular
Sócia da AEPPA - Associação de Educadores Populares de Porto Alegre
Bolsista da AEPPA no curso de Pedagogia do IPA

Um comentário:

Fernando disse...

Oi... Li o que escreveu e tenho um ponto de vista diferente. Penso que a democracia é sim um direito de todos e que os indígenas não possuem o acesso necessário à educação que lhes é de direito. Mas não acha que é exagero dizer que os negros merecem cotas? Puxa vida, eles não são menos capazes que ninguém. A opressão ocorreu sim, no passado! Acho que cotar a entrada por raça em universidades públicas não passa de mais um tipo de preconceito. Tenha uma boa semana.